A força da Natureza e a parvoíce do Homem

Haja quem me explique o que é que está em causa na Costa da Caparica.
A teimosia das autoridades em manter artificialmente a linha da costa, contra a força da Natureza, é para defender o quê? Populações que não têm outro sítio para onde ir? Património cultural ou económico insubstituível? Lutar contra os efeitos do aquecimento global? Defender uma importante área natural?
Nada disso. A luta e o dinheiro gasto contra a evolução natural da linha da costa é fundamentalmente para manter um espaço de barracas permanentes a que chamam "parque de campismo" completamente oposto a qualquer noção de campismo.
Na imagem está um desses chamados "parques de campismo" na Costa da Caparica. Este na fotografia, ainda assim, é muito melhor que aquele mais afectado pelo mar neste inverno; para quem não tenha visto nenhum, aqui fica com uma pequena ideia. [Clica na foto para ampliar.]
Se o Estado quiser poupar muito dinheiro, pode pegar em metade dos milhões gastos nesta luta contra a evolução natural da costa e distribuir esse dinheiro pelos "campistas", para que eles se desloquem para outro sítio; ainda lhes sobraria muito dinheiro. Da outra metade, uma pequenina parte seria mais que suficiente para limpar as "obras" na costa e os terrenos dos "parques de campismo" e deixar a Natureza fazer o resto.
O que é que os ecologistas ou ambientalistas militantes têm a dizer?

21 de Março de 2007.

Retorna a: * Back to:
opiniões | Estremadura | Portugal | índice index

1 comment:

António Manuel Dias said...

Agora, uma ou duas vezes por mês, consoante as marés vivas coincidem ou não com ondulação forte, temos umas máquinas a deitar areia e pedras para a muralha da Costa, tentando fazer frente aos avanços do mar... e eu lembro-de sempre de fazer muralhas de areia na praia quando a maré estava a encher, com o mesmo objectivo e, pelos vistos, com o mesmo resultado: total insucesso.

O problema nisto tudo é que eu era uma criança e o ministro do ambiente e amigos já têm idade para deixar de brincar aos castelos de areia.