Será que o ministro fala para burros?

Definitivamente, os nossos governantes devem pensar que os portugueses são todos burros. Todos não são, mas infelizmente há muitos que vão na propaganda do Sócrates e ainda batem palmas (vejam-se muitos comentários a este assunto).
O senhor ministro Fernando Teixeira dos Santos (na foto) disse ontem que tem que aumentar o desconto dos funcionários públicos para a ADSE (actualmente Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública). Disse ainda que os pensionistas vão passar a descontar também para a ADSE. O pior são os argumentos invocados para tal.
Diz o senhor ministro que não é justo que sejam todos os portugueses a pagar por um sistema de saúde que só os funcionários públicos usufruem. Como o sistema estará em défice, vá de aumentar os descontos.
Mas isto é apenas mais uma jogada com os números. Como o governo não quer ou não pode baixar os salários dos funcionários, aumenta-lhes os descontos. Para os trabalhadores o infeliz resultado é exactamente o mesmo. Mas seja para a ADSE seja para os salários dos funcionários públicos, o dinheiro vem exactamente do mesmo sítio: os impostos que todos pagamos.
Tanto faz o dinheiro dos impostos ir directamente para a ADSE, como passar primeiro pelos salários e daí para a ADSE via descontos. Portanto isto é só propaganda para a população em geral e baixa de salários para os funcionários públicos.
Em qualquer país normal estas medidas de propaganda mentirosa, se levadas a efeito, provocariam uma greve geral dos funcionários públicos por tempo indeterminado, com o apoio da população.
É de notar que este senhor Sócrates é muito mais esperto que o Salazar.
O Salazar dominava o povo mantendo-o na ignorância e aplicando umas boas doses de ditadura pura e dura quando necessário.
O Sócrates (e afins) domina o povo através de uma bem montada máquina de propaganda, onde se inclui a pseudo-informação e a mentira pura e dura.

30 de Setembro de 2006.

Ver também:
o desenho
Inflação sentida?
Será normal querer viver pior?
O Estado ao serviço do Capital
Onde é que está o dinheiro?
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